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Hexagrama 62 – O Pequeno Excesso
O oráculo
O Pequeno Excesso assegura progresso e realização.
A persistência correta traz recompensas.
É possível realizar pequenas coisas, mas não as grandes.
Os pássaros que voam alto avisam:
é favorável descer, e não subir.
Haverá muito boa sorte.
Interpretação
O oráculo prevê sucesso para os pequenos, porque é o momento de serem recompensados pela persistência correta. Também denominado Preponderância do Pequeno, Pequeno Excesso ou Pequeno Exagero, esse hexagrama esclarece a relação entre o excesso e a carência, bem como o caminho para harmonizar essas duas faces do destino.
Não é uma época para alimentar aspirações muito altas, mas para limitar-se a metas mais humildes. Justamente nessa adequação às exigências do momento é que se encontra a solução para as carências e danos do período. É esse o sentido da imagem do pássaro que não deve se exceder, voando para altitudes superiores à sua força, mas sim descer para a terra onde se encontra o seu ninho.
A modéstia e a conduta correta serão recompensados pela boa sorte.
Conselho
O homem nobre é humilde em sua conduta; no luto ele dá predominância à tristeza; em suas despesas prevalece a economia.
Interpretação
Aquele que busca pela consistência íntima deve estar atento, mais que o homem comum, à conduta adequada à cada situação. Ele é consciencioso em cada ato.
“Em caso de luto, a emoção significa mais para ele do que as formalidades externas. Em seus gastos pessoais ele é muito simples e despretensioso. Mas o essencial dessa atitude que se afasta do comum é que em assuntos externos ele está ao lado dos humildes.” (Wilhelm).
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Linhas móveis
Linha móvel (seis) na primeira posição significa:
Em seu vôo o pássaro encontra o infortúnio.
Um pássaro deve permanecer no ninho até emplumar-se. Se ele tenta voar prematuramente, atrai sobre si o infortúnio. Medidas extraordinárias só devem ser tomadas quando já não há outra solução. Ao início deve-se recorrer aos meios tradicionais e utilizá-los enquanto for possível, pois de outro modo se provocaria uma exaustão, esgotando-se as forças sem realizar coisa alguma.
Linha móvel (seis) na segunda posição significa:
Ela passa por sua ancestral e encontra sua ancestral.
Ele não chega até ao príncipe e encontra o funcionário.
Nenhuma culpa.
São citadas aqui duas situações excepcionais: no templo dos ancestrais, onde as gerações se alternavam, o neto colocava-se ao lado do avô, tendo, portanto, relações mais próximas com ele. Essa linha se refere à esposa do neto, que durante o sacrifício passa diante do avô e segue em direção à avó. Porém, essa conduta fora do comum é uma expressão de sua modéstia. Ela ousa se aproximar da avó por se sentir mais ligada a ela em virtude de serem do mesmo sexo. Por isso o desvio das normas aqui não deve ser considerado um erro.
O outro símbolo se refere a um funcionário que, de acordo com as regras, solicita em primeiro lugar uma audiência com o príncipe. Se ele não o consegue, não tenta forçar nada e, consciencioso, cumpre seu dever tomando seu lugar entre os demais funcionários. Em épocas de exceção essa extraordinária discrição não é um erro. (Como regra, cada funcionário deveria primeiramente ter uma audiência como príncipe, que o designaria ao cargo. Aqui é o ministro quem o indica.)
Linha móvel (nove) na terceira posição significa:
Se ele não tiver uma extraordinária cautela
alguém pode ver por detrás e golpeá-lo.
Infortúnio
Há épocas em que uma extraordinária precaução é absolutamente necessária. Mas é justo nessas situações que muitas vezes surgem pessoas íntegras e fortes que, conscientes de estarem em seus direitos, recusam-se a tomar precauções, pois consideram isso uma atitude mesquinha. Preferem seguir seus caminhos, orgulhosos e despreocupados. Mas essa autoconfiança os engana. Há perigos espreitando-os, para os quais não estão preparados.
Porém, tal ameaça não é inevitável; pode-se escapar caso se compreenda que esse período exige uma atenção especial às coisas pequenas e insignificantes.
Linha móvel (nove) na quarta posição significa:
Nenhuma culpa. Sem ultrapassá-lo, ele o encontra.
Ir adiante traz perigo. Deve-se ficar em guarda.
Não atue. Seja constantemente perseverante.
A rigidez do caráter é temperada pela suavidade da posição, e com isso nenhum erro é cometido. A situação aqui exige extrema cautela. Não se deve tomar nenhuma iniciativa em busca de sua meta. Se o homem insistir em seguir adiante, procurando forças o caminho para seu objetivo, correrá perigo. Por isso, é preciso se pôr em guarda, não atuar, mas permanecer interiormente perseverante.
Linha móvel (seis) na quinta posição significa:
Nuvens densas. Nenhuma chuva vem da nossa região oeste.
O príncipe atira e atinge aquilo que está na caverna.
Tratando-se aqui de uma posição elevada, a imagem do pássaro voando foi substituída por nuvens que passam no céu. Mas ainda que densas, elas passam pelo céu, porém não trazem chuva alguma. Assim, também em épocas excepcionais é possível que haja um governante nato, predestinado a trazer ordem ao mundo, mas que se veja impossibilitado de realizar qualquer coisa e beneficiar seu povo por se encontrar só, sem dispor de auxiliares. Em tais épocas devem-se procurar companheiros com cuja ajuda se possam realizar os objetivos propostos. Mas é preciso humildemente procurar esses auxiliares nos esconderijos para os quais se retiraram. Não é a fama nem a reputação que são importantes, mas as suas efetivas realizações.
Com essa atitude modesta encontra-se o homem certo e se pode levar a cabo a extraordinária obra, apesar de todas as dificuldades.
Linha móvel (seis) na sexta posição significa:
Cruzando com ele sem ir a seu encontro.
O pássaro em seu vôo o abandona.
Infortúnio!
Isso significa infelicidade e prejuízos
Quando se atira demasiado para o alto, o alvo não será atingido. Se o pássaro não retorna ao seu ninho, porém voa cada vez mais para o alto, acaba por cair na rede do caçador. Aquele que não sabe se conter durante o período em que a tendência a pequenas coisas é preponderante e que, irrequieto, insiste em forçar seu caminho para adiante cada vez mais, atrai sobre si o infortúnio tanto da parte dos deuses como dos homens. Isso ocorre porque ele se afastou da ordem da natureza.