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Hexagrama 28 – O Excesso
O oráculo
Excesso. A viga está cedendo.
É favorável ter um objetivo. Sucesso!
Interpretação
Trata-se de uma condição incomum, na qual o peso se torna excessivo. A sustentação – representada por uma viga fraca nas extremidades – torna-se precária, a ponto de quebrar. Essa imagem evoca que nenhum controle ou proteção dura para sempre. Situações extraordinárias exigem medidas extremas. Não se pode permanecer de braços cruzados. É preciso encontrar uma saída o mais rápido possível e agir. Isto feito, haverá boa sorte seja qual fora a direção tomada. Mas um cuidado é fundamental: qualquer movimento exagerado pode colocar o conjunto em risco, razão pela qual é preciso reunir todas as forças em jogo. Não se trata de manipular a situação, mas sim de adaptar-se às circunstâncias do momento. Uma liderança capaz não terá dificuldades para encontrar adesões espontâneas e conseguir o apoio necessário. Desse modo, a transição para um novo quadro de possibilidades será concluída com êxito.
Conselho
O homem nobre, ao se ver só, não sente medo; ele não teme retirar-se do mundo.
Interpretação
Muitas vezes o destino nos obriga a tomar medidas extraordinárias ou a assumir compromissos, apesar de não termos qualquer garantia prévia do êxito de nossas iniciativas. Em momentos como esse, o homem justo não vacila; sua consciência prevalece sobre a questão do sucesso. (Wu Jyh Cherng)
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Linhas móveis
Linha móvel (seis) na primeira posição significa:
Forrar com uma esteira de junco branco.
Nenhuma culpa.
Quando se quer dar início a um empreendimento em meio a uma época excepcional, uma extraordinária cautela torna-se necessária, assim como, ao colocar algo pesado no chão, forra-se com junco embaixo para que nada se quebre. Essa precaução pode parecer excessiva, mas não é um erro. Os empreendimentos excepcionais só podem ter sucesso caso se observe a máxima cautela nos primórdios e nas bases.
Linha móvel (nove) na segunda posição significa:
Num álamo seco surge um broto na raiz.
Um homem mais velho toma uma jovem como esposa.
Tudo é favorável.
A madeira está junto à água, por isso a imagem de um velho álamo brotando na raiz. Isto significa um extraordinário tornar a despertar do processo de crescimento. Uma situação igualmente excepcional ocorre quando um homem mais velho casa-se com uma jovem que lhe é apropriada. Apesar de ser uma situação pouco comum, tudo corre bem.
Do ponto de vista político, o sentido do texto é de que em épocas extraordinárias é aconselhável reunir-se aos inferiores, pois há entre eles a possibilidade de uma renovação.
Linha móvel (nove) na terceira posição significa:
A viga-mestra cede a ponto de se partir. Infortúnio.
Isso indica uma personalidade que em tempos de preponderância do grande insiste em avançar com violência. Não aceita os conselhos dos outros e, como conseqüência, estes, por sua vez, também não se mostram dispostos a apoiá-lo. Por este motivo a carga aumenta e a estrutura cede ou se parte. Em épocas de perigo, uma atitude obstinada procurando avançar apenas acelera a catástrofe.
Linha móvel (nove) na quarta posição significa:
A viga-mestra é sustentada. Boa fortuna.
Se há segundas intenções isso é humilhante.
Um homem responsável consegue dominar a situação graças a relações amigáveis com seus inferiores. Mas, se ao invés de procurar a salvação do todo ele fizesse mau uso de suas amizades, procurando obter poder e sucesso, isso levaria à humilhação.
Linha móvel (nove) na quinta posição significa:
Um álamo seco floresce.
Uma mulher idosa encontra um marido.
Nenhuma culpa. Nenhum elogio.
Um álamo seco que floresce esgota assim suas forças e apenas apressa o seu fim. Uma mulher idosa casa-se novamente, porém a renovação não ocorre. Tudo permanece estéril. Ainda que todas as formalidades sejam observadas, ao final resta apenas uma condição anômala.
Politicamente isso sugere que quando em tempos de inseguranças se abandonam os vínculos com os subalternos, e se mantém apenas aliança com as altas hierarquias, cria-se uma situação instável.
Linha móvel (seis) na sexta posição significa:
É preciso atravessar a água.
Esta chega a cobrir a cabeça.
Infortúnio. Nenhuma culpa.
Descreve-se aqui uma situação em que as condições excepcionais chegaram ao máximo. A pessoa é corajosa e quer cumprir seu dever apesar de tudo. Isso a conduz ao perigo. A água cobre-lhe a cabeça. Esse é o infortúnio. Porém, não há culpa quando se oferece a vida para que prevaleça o bem. Há coisas que são mais importantes que a própria vida.
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